Artista Plástico Carlos Soares |
Entrevista
Carlos Soares
O artista plástico Carlos Soares vem ao longo dos tempos cada vez mais aprimorando a sua técnica. Seu traço lhe confere um lugar privilegiado na galeria dos principais artistas do Rio Grande do Norte.
Profissional irrequieto está sempre pesquisando e buscando novas formas e técnicas para produzir suas obras. Natural de Natal, Carlos Soares já atua na pintura há 32 anos. No entanto, começou como desenhista montador, trabalhando para agências de publicidade, profissional que hoje, com o advento da informática, ganhou o nome de artista gráfico.
Atualmente ele atua tanto como artista plástico e gráfico, tendo aberto há um ano e meio o Arttelier Carlos Soares, onde cria suas obras e as expõe para o público. Nesta entrevista para o Podium Arquitetura & Construção, ele faz um resumo destes 32 anos de experiência:
Origens
“Antes de atuar como artista plástico já trabalhava como artista gráfico, conhecido na época como “desenhista Montador”. Passei por várias agências de propaganda em Natal, como Diretor de Arte, entre elas Dumbo, TP Publicidade, Dois A, Briza, e outras, além da Gráfica RN Econômico. De lá para cá já se vão 32 anos nessa área. Naquela época o processo era muito artesanal, ainda com aplicação de letraset, onde os textos eram montados letra por letra e as imagens todas desenhadas à mão. Hoje esse processo já se modernizou bastante, com a introdução da informática, com tudo isso sendo feito no computador, agilizando e muito a produção de um jornal, revista, anúncio publicitário etc. Desde 1994 que atuo de forma autônoma, com um birô de artes gráficas todo informatizado, criando logomarcas, folders e embalagens para produtos”.
Artes plásticas
“Junto a esse trabalho como artista gráfico, também iniciei uma carreira profissional como artista plástico. Esse dom para o desenho e pintura tenho desde pequeno. No tempo de estudante, chegava a desenhar histórias em quadrinhos para vender aos colegas. Agora, profissionalmente comecei como artista plástico em 1983, participando com um trabalho à bico de pena em preto e branco, intitulado “Apocalipse”, do Circuito de Artes plásticas do Nordeste - Mostra/RN, tendo recebido da DEMEC/RN, o prêmio FIERN pelo primeiro lugar. Participei desse circuito junto com artistas como Dorian Gray, Newton Navarro, Leopoldo Nelson, Marlene Galvão, Fernando Gurgel, entre outros. A partir daí não parei mais de pintar. No mesmo ano fiquei com o segundo lugar no Prêmio de Pintura Newton Navarro, com a obra “Frigidez”.
Outras premiações
“Em 1984 tirei o terceiro lugar no Salão de Pintura SESC, com o trabalho “Cangaceiro”. Em 1992 fui classificado em primeiro lugar no Prêmio de Pintura Governador do Estado, promovido pela Fundação José Augusto, com a obra “Ecologia” e no final do ano passado, também obtive o primeiro lugar no V Salão de Artes Plásticas de Natal, com os trabalhos “Abstrato”, “Máquinas” e “Grito de Guerra”.
Durante todos esse 32 anos realizei quatro exposições individuais, sendo três em Natal e uma no Centro Cultural Vergueiro em São Paulo”. Ao longo de todo esse período cheguei a participar de mais de 500 coletivas, destacando-se o 1º Salão Nacional de Aquarelas, realizado em 1988 pela FAAP em São Paulo, tendo participado como aquarelista convidado.”
Técnica
“Comecei a desenhar com a técnica bico de pena, tendo feito a série “Cangaceiros”, com 36 trabalhos. Tenho utilizado também a aquarela e mais atualmente o acrílico sobre tela”.
Estilo
“Tenho desenvolvido trabalhos no estilo figurativo, que aos poucos passou por um processo estilizado, com traços fortes, cores primitivas, que são transformadas em várias tonalidades vibrantes, terminando numa espécie de figurativo abstrato. Permeia minhas obras linhas e formas que se ondulam pelo quadro, criando formas inusitadas que se fazem únicas ao olhar humano, inconfundíveis”.
Tema
“Tenho feito muitos trabalhos utilizando-se de temas sociais, como no começo da carreira, como a obra “Apocalipse”, que retrata temas ligados à morte, a peste, a fome e a guerra. Teve também a obra “Aborto”, “Frigidez”, “As três idades”, abordando sempre temas do dia-a-dia do mundo. Atualmente desenvolvo mais trabalhos ligados a linha do abstrato figurativo”.
As Artes plásticas em Natal
“De 1980 a 1990, as artes plásticas em Natal eram bem mais desenvolvidas. Nessa época havia a Galeria de Arte Grafith, da arquiteta Beth Câmara, da Biblioteca Câmara Cascudo, Galeria do Povo, coordenada por Eduardo Alexandre, Taba Galeria de Arte, de Issac Alves, a Galeria UM, de Ubirajara e Marlene Galvão, a antiga Galeria de Artes Contemporânea, de Antônio Marques, estas duas últimas abertas até hoje Era um período onde eram realizados muitas exposições, como o Salão Newton Navarro, Prêmio Governador do Estado, Festival de Arte do Forte, entre outros. Destaco também a antiga Pinacoteca do RN. Tínhamos uma efervescência artista muito grande. Hoje se destacam o espaço da Capitania das Artes e o grande incentivo dado pelos arquitetos, que indicam os artistas plásticos para os seus projetos de ambientação, além do espaço disponibilizado por lojas para cidade, como a Artkasa. Temos também a iniciativa de alguns artistas plásticos que estão abrindo galerias de arte próprias, como Demétrius Coelho”.
Carlos Soares
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